DEDICATÓRIA

À filha, Thereza Zambotti Resende, fotógrafa e estilista de brilho e renome. Ao genro, Dr. Carlos Alberto Resende, médico ilustre, onipresente partícipe e incentivador. Ao neto, Agenor Zambotti Resende, empresário de sucesso no ofício de viabilizar sonhos. A Marlene Zambotti e Torquato Zambotti, filhos queridos, precocemente na Luz. À esposa Maroquinha Zambotti, minha amiga do coração e dona das caixas de papelão. A você, paciente leitor, meu convite a avaliar a importância do Fotógrafo e da Fotografia na preservação da identidade de um povo Bem-vindos a esta viagem mágica, rápida e divertida ao Tempo e à vida do Artista Que Escrevia Em Luz. 

O fotógrafo Agenor Zambotti escreveu em luz a História de Varginha. Sim, porque a palavra FOTOGRAFIA ("phosgraphein") significa, literalmente, em grego, "gravar na luz" ― e foi o que o Zambotti fez, com dedicação e qualidade, por mais de 30 anos.

1. INTRODUÇÃO

Desde que mundo é mundo, a história de povos, países, cidades e pessoas é redigida com palavras. Palavras essas organizadas em frases. Frases, muitas vezes, constituídas de termos inexatos, imprecisos, que infelizmente criam falsas versões, informações omissas ou exageradas. Quando, porém, essa mesma história é escrita em fotografia, não há como trapacear: "uma imagem vale por 1000 palavras". E assim, o historiador Agenor Zambotti legou à posteridade um tesouro de inestimável importância, ao captar em fotogramas a memória da sua muito amada cidade de Varginha. Rica trajetória, plena de fotos e frutos, para quem perpetuou em colorido e preto-e-branco o dia-a-dia de um povo. 

Muitas dessas preciosidades, tive o privilégio de ver em uma tarde chuvosa, na sala de visitas de sua esposa, Maroca, quando a amiga querida abriu exclusivamente para mim, caixas e mais caixas de saudade. 

2. MÁQUINA DA MEMÓRIA

Varginha daquele tempo era uma festa contínua, como frequentemente lembrava o cronista José de Souza Pinto no Correio do Sul. O Zambotti não tirava férias. No cumprimento de seu mágico ofício de memorializar a vida, o calendário profissional dele durava rigorosamente 365 dias, de réveillon a réveillon, de dezembro a dezembro.

E olhe que já se vão bem longe os dezembros dos anos 50, quando o bar Recreio, na Presidente Antônio Carlos, oficializava o início das Boas Festas instalando no meio do salão um simpaticíssimo Papai Noel, boneco gigante, delírio da freguesia infantil que ia tomar sodinha 507 e comprar pirulito de apito ou bala Chita. Um pouquinho mais abaixo, na calçada em frente à Varginhense, o João Miranda punha um Papai Noel gente, com aquele paletozão enorme de cetim vermelho, cinturão preto de pelica e copiosa barba de algodão, presa com arame fininho atrás das orelhas. Pequeninos de toda parte surgiam ressabiados, acanhamento que duraria pouco: bastava um mais desinibido dar o exemplo e todos se encarapitavam no colo do bom velhinho para tirar retrato. ― Um de cada vez! ― pedia o Zambotti, achando muita graça naquilo. Já conhecida da criançada (de aniversários), a Rolleiflex alemã (lentes gêmeas Zeiss e Schneider) não parava um minuto de clicar, ao som do Jingle Bells da harpa do Luis Bordón, vindo da eletrola da loja de discos do maestro Fernandez ― ao mesmo tempo em que na Casa Humberto Conde, em frente, corria em ritmo acelerado a venda de pinheirinhos, estrelas de Belém, guirlandas, lâmpadas pisca-pisca e bolas coloridas. 

Fotos datadas dos anos 50, 60, 70, vêm nos mostrar que nos dias que antecediam o Natal, afagadas por uma carinhosa brisa muito comum em Varginha nessa época do ano, as famílias, depois do jantar, passeavam sem pressa, de loja em loja, admirando a decoração de sedução irresistível e as árvores iluminadas da avenida. Na igreja Matriz, o célebre presépio da dona Alice Macedo atraía curiosos até de cidades vizinhas.

Zambotti, em sua acurada sensibilidade, soube captar como ninguém a graça e o corre-corre típicos do Natal dessas famílias, o suceder excitante de expectativas e surpresas, a mesa posta, a inabitual presença de vinhos, o alvoroço de luzes, embrulhos, crianças, beijos, abraços, sorrisos... Ecos e ícones que sobrevivem até hoje ao alcance de nossos olhos e de uma inevitável nostalgia incitada pela imaginação. Graças à prodigiosa máquina da Memória, do Zambotti. 

3. NOITES ENCANTADAS DE JANEIRO

JANEIRO. O ano novo zambottiano chega com tudo. Mês das Folias de Reis nas Três Bicas, Areião e Vila Barcelona; mês das quermesses no Mártir São Sebastião. Nem bem acaba a missa, o fogueteiro já aparece na sacristia com dois samburás atulhados de rojões de vara ― e o foguetório tem início.

Em volta da igreja, as famílias correm para arrematar as prendas do leilão. Leilão de gado, só no último dia. Até lá, tem bolos de todos os tipos, garrafas de licor caseiro, doces do céu, feitos pelas mãos de fada das paroquianas ― tudo lindamente embalado em celofane colorido e um laço de fita. O leiloeiro é um artista, brinca, pula, faz careta, num instante bate o martelo e não sobra nada: leitoa temperada e assada pela dona Nair Braga; lasanha da dona Rosinha Pizzo; manjar branco com ameixa, marmelada em formato de peixe, especialidade da dona Margarida do Dr. José Marcos; variedade de quitandas da dona Natália, uma delícia! Roscas-da-rainha, obra-prima da dona Filuca, dos Tachos... Só de se ouvir o nome de quem fez já dá água na boca, conceituadíssimas que são no hit parade da culinária varginhense. 

A festança atravessa o dia e escorrega noite a dentro. Agitação, vozerio, crianças, bebês, babás, vovôs, vovós, papais, mamães, compadres, comadres, titias, titios... As mocinhas, faceiras, serelepes, fingem pequeninos sustos ― ai! ui! ― tudo charme. Padre Bernardo cumprimenta um por um, pelo nome, feliz da vida, é gente que não acaba mais. Nas barraquinhas, a diversão é acertar argolas em garrafas, valendo prêmios ― ou fisgar saquinhos de balas de coco, bombons, brigadeiros, com anzóis sem ponta que machuque, e varas de pescar. ― Olha aí, atenção, vai sair o coelho! Ninguém pisca. O festeiro gira uma caixeta e de dentro sai o bichinho como uma flecha; olha em torno, assustado: quanta gente! Bem treinado, sabe que terá que entrar em uma das casinhas. Contrai várias vezes o focinho e num pulo escolhe uma. Prêmio dos bons para quem comprou o número escrito no telhado dela.

Os namorados ― ou quem não vê a hora de namorar ― não perdem por nada o footing, em torno da secular paineira na pracinha, enquanto o alto-falante altissona canções de Nélson Gonçalves ou Ângela Maria, que, no correio elegante, "alguém oferece a alguém (e esse alguém sabe quem) com muito amor e carinho". 

Na quermesse, Zambotti era requisitado sem parar. O mesmo, na Folia de Reis, que no começo, assustava um pouco, principalmente as crianças e as mocinhas. Mas logo se acostumavam, e entre o medo e o fascínio, acabavam até querendo fotos com os marungos. Era tudo muito inusitado, extravagante, mas em pouco tempo todos deixavam-se seduzir por aquele esvoaçar de bandeiras, pelos gritos e estardalhaço dos dançarinos de roupa toda vermelha e máscaras carrancudas, brandindo espadas faiscantes entre saltos mortais e piruetas, ao som da sanfona, viola, flauta, rabeca, reco-reco, chocalho e tambor.

Já as donas de casa, mamães, vovós, preferiam posar ao lado das pastorinhas da Maria Rosa, imprescindíveis nos festejos de Gaspar, Melchior e Baltasar. Solenes e garbosas em seus uniformes ― saia plissada azul marinho, blusa branca, meias três quartos ― as pastorinhas escandiam os versos da canção de Reis, batendo no chão a ponta de bastões encapados de fitas verdes, azuis, brancas, vermelhas ― e anasaladamente cantavam: "ô de casa, nobre gente, a chegada dos 3 Reis"... (Eu, menino, achava que era NOVE gente.)

Pois, foi. Eram mesmo bem assim aqueles Janeiros de inocente leveza, riquíssimos em pequenas delícias, que, por obra e graça do historiador Agenor Zambotti, põem-se agora ao alcance de nossa imaginação. Graças a ele, sim, pois, se hoje aqui falamos dos hábitos, prazeres e sonhos dessa gente simples, generosa  que sabia levar a vida e gostava tanto de tirar retrato  devemos em boa parte ao Zambotti e sua máquina de escrever em luz.

4. EPA, LÁ VEM A NEGA MALUCA!

FEVEREIRO. Viva! Carnaval! Avenida Rio Branco em plena ebulição. Lá vai o artista, pronto a fotografar tudo o que a engenhosidade travessa de nossos foliões é capaz de inventar. Sob uma chuva de confetes e serpentinas, abre o cortejo a majestosa carruagem de Sua Majestade Edson Barbosa, o Rei Momo, com a rainha e princesas. Quem se lembra dos engraçadíssimos Bombeiros Birutas? Do bloco dos Marinheiros do Amor, das Ciganas Casamenteiras, dos Bebês Chorões?

― Epa, lá vem a Nega Maluca! ― Galvão Conde anuncia. E surge, saracoteando, vestido de mulher, um folião já muito bem mamado, pintado de piche dos pés à cabeça, fita vermelha na carapinha de bombril. Vaias, assovios. Num pulo, outro gaiato entra em cena. Este, balançando a pança, é uma noiva grávida, barrigão de câmara de ar, duas torneirinhas no lugar dos seios, exagero no rouge e no batom. Zambotti dispara flashes, o povão brinca, apupa, achincalha, goza tudo o que aparece e aplaude no fim.

Etéreas evidências de lança-perfume, por toda parte. Do alto da avenida Getúlio Vargas, ouvem-se os primeiros sinais da bateria da Hora H, pronta para descer. Através dos microfones volantes da ZYB-2, espalhados por toda a avenida, e o patrocínio exclusivo das Sardinhas Coqueiro ― Silas Sampaio, Afrânio de Paula, Nilson Lemos, Wellington Venga, Otacílio Viana, Adjalma Guimarães e o próprio Galvão, fazem chegar aos quatro cantos do planeta, o esplendor do carnaval varginhense, com a vitalidade e tradição da Operária, a animação imbatível do superlotado VTC, a garra contagiante do Botafogo. Os legendários Los Cubanos comandam a alegria no Clube. Com a camisa salpicada de confetes, estampadíssima, mangas bufantes e todo enroscado em serpentina, José Maria Valias abre o baile com Mamãe Eu Quero; solovox no último volume.

Dona Maroquinha Zambotti me vai mostrando, um a um, em seu tesouro mnemônico, momentos antológicos das escolas de samba Novo Império, Hora H − nos anos 50, 60 − e mais tarde, da Coisa Nossa e Nossa Vez, anos 70, subindo e descendo a avenida. No acervo carnavalesco do Zambotti, um opulento estoque de arlequins, colombinas, pierrôs, índios, caubóis, ciganas, havaianas, tiroleses; o bloco dos piratas, com tapa-olho, brinco de argola; jovens holandesas coradas, de chapéus de três bicos e tamancos de camurça; baianinhas cobertas de balangandãs; espanholas ardentes, flor nos cabelos, castanholas nas mãos ― e, claro! ― o esfuziante bloco dos sultões bigodudos, rodeados de odaliscas sapecas.

Na boate Corujinha, Oscar Pinto, imperturbável em sua fleuma, comemora com dona Aída, e o melhor scotch, o sucesso do concurso de fantasias, enquanto Zambotti vai abastecendo a Rolleiflex de hilariantes detalhes da noite, com o compromisso do Mariano Campos de tornar pública toda aquela maravilhosa bagunça, em uma edição especialmente colorida do Correio do Sul.

5. UM POUQUINHO MAIS A SÉRIO

Na quarta-feira de cinzas, nem bem acaba o fuzuê da batucada, as prateleiras do estúdio do artista já são reguarnecidas de novos rolinhos de Fuji e Kodak, porque MARÇO vem aí.

― Hora de levar a vida um pouquinho mais a sério, não é, não? ― brinca o Mauro Teixeira, com o amigo Benedito, no Bar Capitólio. Cai a ficha, o país, sonolentamente, recomeça a trabalhar. Fim de férias, volta às aulas, época de ir à luta, procurar emprego... E em razão de tudo isto, cresce a procura de 3x4, para cédula de identidade, carteira profissional, alistamento militar, título de eleitor, formulários de matrículas, carteirinhas de estudante...

A Foto Zambotti, na Venceslau Braz, 33, em frente à Papelaria Imperial, além de câmaras para alugar e vender, porta-retratos, acordeons, violões e grande variedade de instrumentos de percussão ― tem um pequeno set com cadeira, banquinho, fundo infinito e kit de iluminação, montado para retratos mais elaborados ou específicos para documentos.

6. PEQUENOS RECORTES DO TEMPO

Em um piscar de olhos (ou de flashes), vem ABRIL, com as cerimônias da Semana Santa, o baile de sábado de Aleluia, as ingênuas estripulias e surpresas da Páscoa.

ABRIL pula fora e chegam as noivinhas de MAIO, a agenda disputadíssima para álbuns de casamento, civil, religioso; festas de manhã, à tarde e à noite... E nos pequenos intervalos entre um casório e outro, a pausa em nome da fé, para enriquecer o portfólio da Matriz com cenas da coroação da Virgem pelas moças da paróquia, todas as noites do mês de Maria... Ou a visita da Senhora de Fátima, em seu manto bordado a ouro, às casas de Varginha. 

Época também da procissão − tão solene, tão bonita! − de Corpus Christi, sempre em uma quinta-feira, de maio ou de junho, com seus incríveis tapetões policromáticos feitos de pó de café, serragem colorida e cal, pelas irmãs e alunas do Santos Anjos, que começam a enfeitar a rua ainda no escuro, no friozinho da madrugada.

Festas de MAIO, de amor, esperança, religiosidade e fervor. Flashes e mais flashes, como minúsculos relâmpagos, reverberam na avenida, dentro das casas, clubes e igrejas. São fotos e mais fotos surrupiando pequenos recortes do Tempo, e escrevendo histórias e mais histórias para gerações futuras. 

7. CAMINHO DA ROÇA

JUNHO? JULHO? Zambotti envereda pelos caminhos da roça e traz de volta o embornal abarrotado do colorido amarelo, verde, vermelho e azul das bandeirinhas, penduradas em varais de cipó, de fora a fora, no imenso terreiro. No coração da noite, fotografa o rubro e dourado das fogueiras, o brilho incandescente dos fogos de artifício, chuvas de prata, cachoeiras de luz. Um balão todo azul desprende-se suavemente das mãos de um moço e começa a subir ― a criançada bate palmas, nem pisca. A Rolleiflex não para: flagra o sorrisinho arteiro das moças, às voltas com Santo Antônio; recolhe cenas engraçadíssimas do casamento caipira; registra o bom humor de casais que cometem gafes propositais na dança das quadrilhas. Pega, detalhe a detalhe, a descida triunfal de um moço meio estabanado, que, com a destreza de um sagui, escalou o pau de sebo até a bandeirinha de São João, São Pedro, Santo Antônio e trouxe a cobiçada prenda que estava lá em cima: uma boneca de louça, para a dona do seu coração. Gritos, aplausos, assovios, todos felicitam o herói, já grudado à namorada, felicíssima com o presente.

Longe da fogueira, um frio de bater o queixo! Sol quente ainda demora e o sanfoneiro só vai embora quando o primeiro galo cantar.

Fotos e mais fotos com sabor de pipoca, batata assada e quentão, e o cheirinho de lenha queimada, da pólvora das bombinhas, foguetes, busca-pés... Preciosa herança em luz, daquelas festas que só quem as conheceu sabe o significado de ter vivido uma das mais simples e intraduzíveis manifestações da Felicidade.

8. E A FESTA CONTINUA 

Virada de mês. AGOSTO é a bola da vez − e a festa continua. Varginha prepara-se para mais uma rodada de acontecimentos, que exigem em caráter imperativo a presença do Zambotti.

Mês em que o salão nobre do Colégio Santos Anjos veste pompa e circunstância para a audição anual dos alunos da pianista Adrienne Diniz Vallim. Ao entrar, pais e convidados ganham um programa muito bem impresso pelo José Bregalda, na Gráfica Varginha, com o nome dos jovens artistas e o que vão tocar. Adrienne abre a noite com magistral execução do Hino Nacional. Vem o primeiro aluno, não tem mais que 6 anos, e Zambotti foca a objetiva nas principiantes mãozinhas infantis que compenetradamente dedilham a Barquinha Ligeirinha, do País do Som. No grand finale, os graciosos dedos das quase professoras Elvira Gomes, Myriam Reis Pinto e Dalva Resende fazem saltitar maravilhas, como as grandiloquentes semifusas e semicolcheias da Marcha Turca, de Mozart. Aplausos sem fim encerram a noite perfeita em que todos mereceram flashes exclusivos. 

É também em agosto, o Salão de Arte do Clube, idealizado por Fernando Prince, com a presença prestigiosa da pintora Aurélia Rubião, artista merecidamente celebrada pelos monstros sagrados Clóvis Graciano e Mário de Andrade, de quem a ilustre varginhense frequenta a seleta rodinha.

Enquanto isso, na muito bem cuidada praça de esportes do Varginha Tênis Clube, efervesciam a pleno vapor os Jogos Estudantis; todo ano tinha. A cidade inteira vai de mudança para o VTC, prestigiar os jovens ginasianos. Alunos do Catanduvas, Batista, Santos Anjos, Industrial, 7 de Outubro, Coração de Jesus sentam-se em grupos nas arquibancadas, para torcer pelos colegas. Vencer é o que interessa; com lisura e lealdade, evidentemente.

Dr. José Daphnis aciona seu apito e comanda a corrida de 100 metros rasos; Pedrinho Rossignolli, do Industrial, larga feito uma bala e ganha. Cada colégio destaca-se em um esporte: no basquete, brilham as meninas do Batista; o Catanduvas, no futebol de salão. E há celebridades que a cidade inteira admira, craques consumados, o nome sai até em Varginha em Foco: as irmãs Sônia e Ângela Trolezzi, campeoníssimas no vôlei; Edilberto Carvalho, Cidinha Campos e Eutemio Tavares, que levam todos os ouros no nado livre; o João Frederico Azze, o Azzinho, como é conhecido  ― um legítimo ás ― campeão no xadrez. O difícil mesmo neste corre-corre, é saber como o Zambotti, sozinho, no clarão dos flashes ou na penumbra da salinha de revelação, consegue olimpicamente dar conta de tudo. Só ele mesmo para... revelar.

Até que, de festa em festa, fato em fato, foco em foco, foto em foto, AGOSTO despede-se alegremente, com a fervilhante Exposição Agropecuária onde os criadores fazem a festa, e a moçada que não sossega − e infatigavelmente circula, zanzando pelas baias, estábulos e galpões − deixa bem claro que não está nem aí para os premiadíssimos cavalos, touros, vaquinhas e porquinhos: vem mesmo é paquerar.

9. TEMPOS ZAMBOTTIANOS

Naqueles ditosos tempos zambottianos, SETEMBRO era o mês em que os grupos escolares, através da venda de votos a preço bem baratinho, elegiam a Rainha da Primavera. Ganhava a aluna mais bonita, mais adiantada ou mais extrovertida da turma... desde que conseguisse vender o maior número de votos. Havia festa de coroação, com ki-suco, sanduíche e pipoca. Nosso historiador era anualmente convocado pelas diretoras dos vários estabelecimentos, Aída Rezende, Antônia Domiciano, Aparecida Abreu, Maria Célia, Matilde Azze, Marina Prado, Helena Reis, Isabel Sigiani, Isa Cardoso, Dalise de Paiva Franco, Teresinha Massa, Julieta Murad, mestras jamais o suficiente homenageadas na proporção em que mereciam, e que logo depois, em 15 de OUTUBRO, comemorariam seu dia, mais um motivo a exigir a presença do Zambotti; ocasiões de tal magnitude não podiam passar em brancas nuvens.

Nesse dia especial nem tinha aula direito e, enquanto o fotógrafo não chegava, as professoras, no pátio, cantavam com as crianças, contavam histórias, inventavam teatrinho de fantoches... Dia, também, de todo mundo tirar retrato para o Lembrança Escolar, relíquia para o resto da vida. Quem não fez o seu, em grande estilo, sentado junto à mesinha, com o globo do mapa-múndi ao lado, e no fundo a bandeira nacional? 

Bandeira que tremulará altiva e esplendorosa na parada de 7 de SETEMBRO (ou 7 de OUTUBRO, aniversário da cidade), com o desfile de todas as escolas, grupos e colégios, capitaneado por graciosas balizas, dando entrada ao formidável pelotão de bicicletas enfeitadas com papel crepom verde, azul e amarelo, seguido pelas bandas marciais de cada um.

Fotografias predestinadas a atravessar os tempos, e, de alguma forma, projetar em longínquo futuro o viço promissor daquele povinho miúdo das primeiras letras; das belas e impecavelmente uniformizadas jovens do Santos Anjos; a energia à flor da pele, olhos brilhando! dos alunos do 7 de Outubro, Batista, Industrial, Catanduvas e Coração de Jesus.

10. GALERIA DA PENDURA

Nesse ritmo e galope, rodopiava o mundo e seguia avante a vida nada monótona do Zambotti, que além de tudo, exercia oficialmente a função de fotógrafo técnico pericial da Polícia Civil, com atuação obrigatória em qualquer tipo de ocorrência, de acidente de trânsito a homicídios, incêndios, desmoronamentos. Convocado pelas autoridades para fotos que afastariam dúvidas e pesariam como provas, ele voltava das diligências sempre recheado de novidades para contar aos amigos João Campos e Hélio Lúcio, companheiros de horas felizes no bar do Batista, insigne boteco que ficava um pouquinho abaixo da Papelaria Lulu, na Deputado Ribeiro de Rezende.

Pois assim é e assim foi. Nesse galope e nesse ritmo, de ano a ano − por obra e graça do Zambotti − vieram à luz retratos e mais retratos de tudo e de todos, dos mais diversificados motes, vertentes e calibres.

Alguns poucos, muito curiosamente, iam para uma certa Galeria da Pendura, constituída de retratinhos 3x4 ou de corpo inteiro, que nosso herói grudava com fita durex no vidro da porta da loja, o que, com o tempo, tornou-se atração turística. Vê-los ali, em exposição, era curtição obrigatória dos varginhenses, principalmente dos namorados aos sábados e domingos na saída do cinema: − Quem será que tirou foto no Zambotti e não foi buscar? Sim, porque quando isso acontecia, ele deixava passar uns dois meses... Às vezes, três.... Não tinha pressa... Mas depois, também, não tinha perdão: pendurava o 'esquecido' de cabeça para baixo, na vitrine − e não havia quem não soubesse o que isso queria dizer. Cidade pequena, sempre algum amigo ou conhecido descobria, avisava  e o interessado ia chispando tirar a foto do 'prego'. E o medo da gozação? Não obstante, mesmo com a presteza dos 'caloteiros' no resgate, o vidro nunca ficava vazio: saía um, entrava outro. E o melhor da festa para os fãs da Galeria, era justamente ver quem acabava de chegar...

11. DE TUDO E MAIS UM POUCO

Na Foto Zambotti − permanentemente expostos em pequenos painéis, quadros e molduras − a distinta freguesia podia apreciar sortido repertório de vistas panorâmicas do município, à disposição de quem quisesse adquiri-las; algumas delas, muito antigas e artificialmente colorizadas. Havia fotos de fazendas, com cafezais apinhados de frutos; fotos da usina do rio Verde; de pórticos de fábricas; fachadas de lojas, bares, restaurantes; cartões postais de ruas, avenidas, praças, monumentos; detalhes da avenida Rio Branco e seu laguinho com a escultura da Garça, a estatueta de Cupido e da deusa Vênus, de cuja mão direita espirrava água; reproduções panorâmicas do exterior e interior da majestosa igreja Matriz e suas formas classicamente perfeitas. Havia, inclusive, vistas aéreas da cidade, a bordo do avião do Zozó, do Fritz ou do Alvarenga.

Havia, como se diz, "de tudo e mais um pouco". Um tesouro de joias raríssimas, verdadeiras preciosidades; registros de eventos únicos, como o histórico desfile em carro aberto, pelas principais ruas da cidade, de Martha Rocha, 18 aninhos, Miss Brasil 1954 (e quase Miss Universo) − depois de Carmem Miranda, a brasileira mais famosa do mundo, até então.

Havia recordações da avant-première do Cine Rio Branco, em 1956 − por décadas, um dos melhores cinemas do país. E anos mais tarde, com data de 1963, farta cobertura em película alemã Agfacolor, a melhor entre as melhores, do jorro inaugural da Fonte Luminosa − "E sonora!", como fariam questão de enfatizar José de Rezende Paiva e José Braga Jordão, prefeitos que acrescentariam um novo e multicolorido brilho às noites da cidade com aquela maravilha aquática; linda, mesmo. Muito linda de se ver.

E havia reportagens fotográficas de comícios políticos, registros de visitas de graúdos figurões, como Assis Chateaubriand, Benedicto Valadares, Bias Fortes, Brigadeiro Eduardo Gomes, Plínio Salgado, Juscelino Kubitschek, José Maria Alckmin, Tancredo Neves − alguns, dependendo do partido, recebidos com banquetes e salamaleques, e principescamente hospedados em casa da dona Clotilde Rosenburg, viúva do Dr. Francisco Rosenburg, antigo mandachuva na região e correligionário aguerrido de quase todos eles.

E havia também ternas e sorridentes lembranças de nossas meninas-moças em bailes de debutantes. Festas de raro esplendor em que elas, tão lindas, teriam por mestres de cerimônias, festejadíssimos galãs − Amilton Fernandes, Tony Ramos, Paulo Figueiredo, Dennis Carvalho − no ápice da glória pelo sucesso em novelas da TV Tupi.

Época de ouro. Anos dourados em que palavras pesavam, exemplos marcavam, amores duravam, valores valiam. Tempo em que a delicadeza imperava em inquestionável supremacia. Impreterível o uso das boas maneiras. Aplaudiam-se o bom gosto, a elegância, o respeito. Prestigiavam-se o mérito, o idealismo. Admirava-se a voracidade por construir.

E se hoje, a gente sabe disso tudo e de tudo isso dá notícia, é graça a uma remessa que o Zambotti fez lá atrás, transcodificou em caracteres de luz e aqui ela apeou da garupa de uma dobra temporal. Prodigiosamente rica e interessante, a herança que nosso historiador nos deixou.

12. MAMBEMBE, ESQUISITO, EXTRAVAGANTE

Naquele tempo, tudo o que era mambembe, esquisito e extravagante, chegava de fora e armava suas tendas e lonas no terreno do chamado cemitério velho, onde no futuro seria a fonte luminosa. Apareciam de mansinho sem ninguém notar, ou senão, em apoteótico cortejo; ficavam por pouco tempo; silenciosamente partiam. Assim, vieram grandes circos, o Spadoni, o Sarrasani, o circo do Arrelia, do palhaço Piolim, espetáculos de cair o queixo. E havia também atrações avulsas, pobrezinhas, solitárias, que para exibir-se bastavam-se-lhes uma cabine de madeira com a bilheteria e uma tendinha aonde entravam os curiosos, não mais de meia dúzia por vez. Sucesso garantido, o povo fazia fila e pagava para ver.

Tinha a Mulher Aranha: era só uma Cabeça no centro da teia. Tentáculos estendiam-se em volta e se mexiam, enquanto a aranha atendia à curiosidade do público, falando de si, dando conselhos, recitando provérbios de tempos imemoriais. Tinha a Mulher Cobra, rosto de velhota com o corpanzil enrodilhado de víbora e na ponta um chocalho de cascavel. Esta possuía braços, mãos, fumava em pito de barro, estava sempre com sono e falava baixinho, bem devagar. O menos atraente, mal ajambrado, meio lambão, era o Homem que virava Gorila, dava na cara o truque precário do jogo de espelhos já riscados e gastos nas beiradas.

Fez sucesso o faquir Helim, trancado com corrente e cadeado em um esquife de vidro, em companhia de duas serpentes. Disse que ia aguentar 40 dias, ali deitado, sem comer, e aguentou. Num outro ano, veio um maratonista de bicicleta que ficou pedalando em círculos, dia e noite sem parar, durante 72 horas.

Volta e meia, apareciam tribos de ciganos e armavam suas tendas. Liam a sorte, vendiam tachos de cobre muito apreciados. Tinham fama de raptar crianças.

Pois, assim foi. Naquela tarde chuvosa, em companhia da dona Maroca, viajei por todo esse estonteante roteiro vários tons acima do prosaico, sortilégio capaz de acrescentar asas incontáveis à imaginação. Como é bom existir gente que afronta o óbvio, enfrenta a inércia e engendra o incrível. E principalmente, como foi bom haver existido o Zambotti para grafar tudo isso em luz. 

13. FOTO THEATRO CAPITÓLIO

Havia fotos raríssimas de turnês no Cine Theatro Capitólio, com as companhias de Eva Todor, Wanda Kosmo, Procópio Ferreira, Dulcina e Odilon. "Varginha chic disse presente na data de ontem, ao auspicioso acontecimento" − escreveria a colunista Wanda Ramos de Rezende, na Tribuna Varginhense: "um desfile de requinte, luxo e sofisticação no foyer de nosso suntuoso templo da cultura".

Em outras noites igualmente memoráveis, uma Varginha menos sofisticada aparecia em fotos, na plateia, em espetáculos com os artistas mais engraçados do país, Oscarito e Grande Otelo, a desbocada Dercy Gonçalves, o gênio caipira Mazzaropi. Zambotti fotografava os artistas em cena, em primeiro plano, e − ao fundo, grande sacada! − dava para se ver, com perfeição, o rosto dos espectadores, na plateia. Teriam, assim, como provar aos amigos, que viram, aplaudiram e estiveram bem pertinho das maiores celebridades do cinema nacional. Eram temporadas de gargalhadas de sair lágrimas, em que o Capitólio lotava até a torrinha. 

Fenômeno semelhante em afluência de fãs acontecia, quando no Capitólio apresentavam-se os reis e rainhas do rádio e do disco, donos de um sucesso que, hoje, nada parecido se vê: Francisco Carlos, Ivon Cúri, Marlene, Emilinha Borba, Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Sílvio Caldas, Orlando Silva, Cauby Peixoto, Nélson Gonçalves. Zambotti fotografava todos os shows e distribuía às lojas para vender.

Na Casa Humberto Conde, por exemplo, os fãs tinham à disposição, retratos, inclusive, de artistas varginhenses, do Rádio Variedades B2, emoldurados em papelão duro: fotos do popularíssimo animador Zé Picuá, do ídolo Antônio Borba, do Adriano Pontes, a voz veludo; dos festejados José Bento Reis e Lila Lopes; de Silvinho de Brito, astro-mirim do Petizada Alegre; do trio caipira Ribeirão, Corguinho e Paulinho, presença obrigatória no Pagode do Zé Picuá. Todos muito queridos, aplaudidos e reverenciados.

14. MEUS CABELOS COR DE PRATA

E havia fotos de serenatas, quando o Guido Braga e o Sizenando Reis, no sereno da madrugada namoravam a Lua, que do alto da montanha verdejante surgia cor de prata, entre ponteios do 7 cordas do Weber Machado, arpejos do acordeon do Primo Trombini, com o Renato Fioravante alternando flauta e bandolim. Anos mais tarde, o futuro prefeito Eduardo Ottoni e o amigo Donato Sérgio Valle, ambos do Clube de Castores, atribuiriam à mesma lua, a prata em seus cabelos, argênteo charme que não possuíam ainda.

E havia fotos tira-teima curiosíssimas, para que ninguém viesse depois dizer que era mentira: abóboras gigantes; tronco de árvore de circunferência nunca vista, com 30 homens, em torno, dando as mãos; minhoca de 2 metros; peixões do tamanho do pescador. Havia até uma das inopinadas aparições da Marcianita, dançando na Rio Branco para anunciar que o José Ribamar Soares estava meio tantã e resolvera vender a preço de banana, toda a mercadoria da Casa Maracanã.

Mas, acima de tudo (e o Zambotti muito se orgulhava disto), havia em lugar de destaque na loja da Wenceslau Braz, um painel em madeira de lei e adereços de prata, ostentando sensacionais gols do Linquinho, Duza, Retes, Tampinha e defesas miraculosas do goleiro José Claro, em vitórias do seu amadíssimo Botafogo varginhense, no campo do 7 de Setembro ou no estádio do Flamengo.

15. SAGRAÇÃO DO MÉRITO

NOVEMBRO irrompe no calendário, em tom alvissareiro. Claridade, luz, muito sol, calor intensamente bom pela cidade em festa. Varginha dos anos 1960 passeia com leveza pela rua, sabendo correr um único risco: o de ser feliz; segura de que o pior que pode acontecer é um lacerdinha entrar no olho, o que vai arder. No auge da primavera, o perfume alternado de cravos, glicínias, rosas, jasmins, toma conta de tudo e, com ele − que bom! − pode-se já sentir, passeando pelo ar, a inigualável sensação de dever cumprido no ano que apaga a luz. Para o Zambotti, ainda não, mas, para dezenas de jovens que haviam conquistado o direito e a glória de estufar o peito e cantar vitória − o ano merecidamente chegara ao fim.

Período em que um fotógrafo sempre tem muito com o que se ocupar: uma agenda que começa na primeira quinzena de NOVEMBRO e espalha-se por DEZEMBRO, abarrotada de becas, capelos, fitas, canudos, hinos, bênçãos, cultos, missas, anéis, discursos infindos, oradores, paraninfos, aplausos, choro, abraços, hurras, bailes, brindes − em uma sequência encadeada de eventos solenes que se distribuem por todos os anfiteatros e salões disponíveis na cidade. É quando o invento de Louis Daguerre assume papel preponderante na celebração do Mérito. Fotografias que passam a adquirir a força de um sacramento e terão por destino, álbuns de filigranas de ouro, fotodocumentos que autenticam e dão fé à concretização de um sonho.

Para os jovens formandos, novo ciclo tem início, o futuro é o limite. Para ele, Zambotti, mais um álbum se formou.

16. HISTORIADOR EM LUZ

E assim foi. De A a Z, de dezembro a dezembro, e ao longo de mais de 30 anos, Agenor Zambotti escreveu, cravou, grafou, gravou em luz, a fina flor da memória, particularidades e costumes varginhenses.

Ele, que à luz veio em 10 de agosto de 1917, e à luz voltou, em 1974, destinou muito de sua existência a caçar a beleza perceptível, a seu alcance e fora dele. A captar as essenciais minúcias que os seres têm, sutilmente, o poder de exteriorizar. A revelar e trazer à tona, em pessoas e coisas, intenções e ângulos inusitados, intangíveis  − muito além do que elas saberiam exprimir ou fariam acontecer. Tinha apenas 57 anos.

"A beleza é uma criança de cabelos louros onde o sol se apaga" − escreveu, em versos, Cícero Acayaba, o que o Zambotti escreveria em luz. Eu, que, por enquanto, só sei, mal e mal, escrever em letras, aproveito para sair quase de fininho e dar por concluída esta aventura biográfica infiltrada de realismo mágico, rápida como um flash, com todos os pequenos equívocos de algo que foi construído com palavras e não com a luz.

Reminiscências daquela tarde chuvosa e das caixas de papelão que a dona Maroquinha me abriu, abarrotadas de ecos e ressonâncias. De dentro, coisas do arco da velha pularam fora, como faria o coelhinho da quermesse. Homens bigodudos, sisudos, carrancudos, de polainas, de gravata; esposas de sorriso acolhedor, acanhadas, compassivas; uma menina brincando de batizar sua boneca de pano; moleques careteiros mostrando a língua, soltando papagaio, rodando pião... 

Fotos de carnaval em época remota (chamava-se Entrudo), com mocinhas vestidas como camponesas italianas, pandeiro na mão; calhambeques cobertos de flores e sem capota, em corso, descendo a avenida; trens da Rede Mineira embrulhados em fumaça branca; cachorros de orelha em pé; um coronel a cavalo, cigarro de palha, pose de dono do mundo; uma pilha de queijos redondos, provavelmente saborosíssimos; uma freirinha muito corada, assando pernil num fogão imenso, lenha crepitando, e no fundo, um padre magrinho com cara de santo e óculos redondos; duas velhinhas bem velhinhas costurando; uma árvore carregada de jabuticabas, um boi cochilando, com um passarinho pousado na cacunda...

Fotos bem antigas, em tom sépia. Outras mais recentes, carregados no azul. A maior parte, em preto e branco. Coloridas, várias e sempre únicas, como, cada uma a seu modo o é. Cada uma com o embrião de uma história, uma adivinhação, uma paixão, uma esperança, um aperto no peito, uma lágrima, uma saudade.


REPERCUSSÃO


EDUARDO OTTONI 

10/02/2022 − Prezadíssimo, agora, 23h50 deste final do dia 9/2/22. Estou extasiado, concluindo a leitura dessa obra prima, de sua autoria, sobre a fantástica obra do fotógrafo Zambotti. Você nos leva a uma glamourosa viagem no tempo, na companhia de personagens e eventos que marcaram nossa vida. Perdoe-me, mas você foi muito além do altíssimo nível intelectual em que eu o tinha, superando, em muito o que eu imaginava vir como resultado do seu estudo sobre a arte de Zambotti. Seu trabalho de pesquisa e sua deliciosa narrativa, tão delicada, tão doce, deixou-me inebriado. Obra maravilhosa!!! Amanhã vou providenciar a impressão. Falarei com você. Forte abraço, meu querido amigo. Vou "tomar uma dose" para conseguir dormir, pois estou vibrando com o que vivi nessa agradável leitura. Abraço.

Eduardo Benedito Ottoni é advogado e foi vereador, presidente da Câmara Municipal, prefeito municipal de Varginha e deputado estadual constituinte de Minas Gerais (PMDB) na 11ª legislatura (1987-1991). 

ELVIRA GOMES

12/03/2022 - Você me fez chorar! Ler uma história do estimado Zambotti é reviver as lembranças de infância e mocidade em nossa Varginha, com tantos detalhes e curiosidades, que também vi e vivi, Obrigada por me enviar essa preciosidade e ver que estou aí nessas lembranças. Você é uma enciclopédia? Como se lembra de tantos fatos e pessoas? Um cinema se passou agora em minha memória, vendo tudo o que vivi e como fui feliz!! A elegância da sua narrativa fez-me sentir dentro da sua história. Ainda vou reler muitas vezes! Parabéns, amigo, você é especial! Foi um grande presente para a Thereza e para todos nós! Beijos. (Elvira Gomes é pianista)

Sílvio Brito é cantor, compositor, músico, apresentador de programa de Televisão.

CLAUDIO HENRIQUE MARTINS

13/03/2022Marcos, li como se eu tivesse vivido e visto toda a sua narrativa. Uma parte, sim. Creio que pela primeira vez, pesquisando a história de Varginha, durante tantos anos, lendo centenas de documentos, observando e cadastrando outras centenas, que uma grande emoção tomou conta de mim. Porque escrever com a alma é para poucos. E você conseguiu fazer isso. Muito preciso e dando a narrativa o que o leitor precisa: conhecimento, história, emoções a todo momento e pertencimento a um local, uma cidade e a relação com as pessoas, o que dá sentido em viver e responde a algumas perguntas que sempre fazemos. Quem somos, de onde viemos e para onde estamos indo? Somos esse grão de areia que está por todo lugar e cidade, também essa luz que Zambotti captava. Viemos das vivências e experiências de outros e as nossas. E por fim, estamos indo em direção sempre do outro, que passa pela nossa família, amigos e outros mais que vão chegando. Sem necessidade de querer inventar a roda novamente. Parabéns por este registro.

Cláudio Henrique Martins é Produtor Executivo da Fundação Cultural de Varginha, Coordenador do Cedoc - Centro de Documentação Histórica e membro da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências. Criou e mantém o perfil cultural Varginha Antiga nas redes sociais Facebook e Instagram.

MÁRCIA DALÍA

13/03/2022 - Oi, Marquinhos (Mônica chamava você assim...) Vi a publicação, amei e já divulguei e continuarei divulgando, pois me emocionei demais com sua obra-prima. Nada menos que espetacular, Lindo! E despertou deliciosas lembranças, meus olhos se encheram de lágrimas por rever coisas tão boas que vivemos. Sabe, parece que passou um filme diante de meus olhos, com muita memória, carinho e emoção envolvidos. Um exemplo: quando Martha Rocha esteve em Varginha, ficou na casa da Gilséa Jordão. Ela e eu, vizinhas e amigas do coração, com 6 anos, ficávamos andando atrás dela, todo o tempo, embasbacadas com tão bela mulher! Chegamos a olhar pelo buraco da fechadura de seu quarto (segredo !!!)... Pode? O que crianças fazem em sua inocência! rs ...

Márcia Dalía é Pedagoga, Professora de História e aposentou-se na Caixa Econômica Federal.

FRANCISCO CAMPOS NETO

13/03/2022 Elvirinha do céu (Elvira Gomes), acabei de fazer a viagem pela nossa Varginha tão querida, levado pelas mãos do Marcos Resende, guiado pelo Zambotti. Que maravilha! Me fez tão bem. Como num passe de mágica, ele nos arrebata para tempos deliciosos (não que hoje não sejam também), que esta cidade do coração nos proporcionou. Valha-me Deus, que bom reviver tantas emoções. Estou em êxtase, emocionado! Obrigado, amiga querida, por me enviar esta pérola de texto, pedaço de vida para todos nós. Um beijo.
Meu caro Marcos, amigo querido de muitos anos, que alegria você me proporcionou! Fiquei muito emocionado. Que bom exercitar a vida naquele texto bendito, e dizer como Kaváfis, "nada de mal ali deixei". Muito obrigado, querido Marcos. Um grande abraço... E voilà... Vamos em frente!

Francisco Campos Neto é celebridade mundial no universo do canto lírico. Professor catedrático desta disciplina na Universidade de São Paulo USP.

CIDINHA CAMPOS

13/03/2022 Marcos parabéns, realmente é uma volta ao passado, com todo o seu glamour. A história do Zambotti como você conta, me fez relembrar muitas coisas de minha adolescência, em que estreitamente convivi com a família Zambotti, Thereza, Marlene, Zambottinho, dona Maroca. Meu pai, como citou, foi um grande amigo dele. Você é um mágico por tirar da cartola da saudade tanta coisa boa, como nossos Jogos Estudantis. Obrigada por citar meu nome e de meus companheiros de natação e vôlei, medalhas de ouro do VTC. Gostei muito de tudo.

Cidinha Campos foi campeã e recordista de Natação nos anos 70, medalha de ouro nos Jogos Estudantis.

ANA MARIA REZENDE PINTO

13/03/2022 - Maravilha de texto, cheguei às lágrimas. Uma aula sobre como relatar uma história social. Marcos Resende descreve, através do trabalho competente e vivaz de um fotógrafo varginhense, a vida cultural de uma cidade que cresce e se sofistica. Eu vivi essa história e tenho ótimas lembranças.

Ana Maria é educadora e membro de uma das mais tradicionais famílias varginhenses.

LÍLIAN MARIA RIBEIRO CONDE

13/03/2022Fabuloso! Sacudiu minha memória e fez brotarem lágrimas! Parabéns! 

Lílian Maria Ribeiro Conde é psicanalista e poeta maior.

NILMAR ASHTON

14/03/2022 Ontem a noite, tornei a ler o seu texto. Ele é maravilhoso, não consegui parar de ler, você escreve muito bem; a palavra certa para definir é entusiasmo; você coloca entusiasmo no texto, parece que estamos vendo cada cena descrita e ao mesmo tempo desperta lembranças também vividas por mim. Você é um ótimo escritor. 

Nilmar Ashton é professora de química e artista plástica digital. Rio de Janeiro.

ANTÔNIO WAGNER CINTRA SCHMIDT

14/03/2022 Schmidt criou a Escola de Samba Nossa Vez, do VTC, nos tempos zambottianos. Ator de sucesso na Turma do Teatrão, nos anos 70. Hoje, brilhante advogado.

ESTHER MANTOVANI E ENZO BALLARINI

14/03/2022 Marcão querido, tinha me esquecido do quanto você escreve bem. Do quão brilhante você é nessa arte! Nossa! Que viagem maravilhosa! Conheci Varginha só de passagem, uma única vez; fiquei hospedada na casa de seus pais; e algumas pessoas que você citou, tive o prazer de conhecer nessa mesma época, mas, não vivi nada daquilo que você brilhantemente relatou. Sou filha da cidade grande, desde sempre, porém, pude sentir cada emoção ali delicadamente e preciosamente colocada. Gratidão pelo presente. Saudade dos velhos tempos, dos papos regados a cerveja e comidinhas de DonAna. Beijão.

Ester Mantovani é empresária; Enzo Ballarini, cantor, show-man. Moram em São Paulo.

CELME RESENDE BRAGA

15/03/2022 Achei lindo, terno, emocionante. Você nos levou de volta a um mundo onde habitamos há muitas luas, com seu texto lindo, maravilhoso, poético. Uma viagem no Tempo pelas lentes de um exímio fotógrafo, narrada por um exímio escritor. Uma ode a Varginha e a seu talentoso fotógrafo, que captou em suas lentes muito mais que instantes e imagens, mas também cheiros, cores, sons, de uma cidade que não mais existe, a não ser em nossas lembranças. Parabéns, querido Marcos, a você e ao 'seu' Zambotti, nosso saudoso homenageado! Eu não esperava menos.

Celme Resende Braga é bacharela em Direito e tabeliã do 1º Ofício de Notas ― Cartório Braga de Varginha.

CONGETA APRELINO

15/03/2022 Sua sensibilidade e elegância ao descrever a comunidade varginhense me emocionou, como - tenho certeza - a todos que puderam ler essa charmante bibliografia da Princesa do Sul, aos olhos do nosso sempre lembrado e querido Zambotti. Vivi, não tudo, mas, boa parte. Ninguém escreveria melhor. Parabéns!

CARLOS NOGUEIRA

15/03/2022 Dr. José Carlos Nogueira é médico veterinário, professor de Histologia e pesquisador da Faculdade de Medicina da UFMG. Aborda uma faceta pouco conhecida do Zambotti, a de fotógrafo técnico pericial da Polícia Civil. 

HÉLIA MARIA RESENDE

16/03/2022 - Fiquei emocionada.... fui às lágrimas. Leitura suave, a gente passeia no texto. Um incansável artista na arte de registrar imagens e um primoroso artista na arte de registrar, em palavras, a história de uma cidade ligada a uma personagem (quase) lendária, de maneira leve, rica, poética, nos transportando na máquina do tempo, com detalhes inesquecíveis. Tive a satisfação de conhecer o Zambotti, e dele, lembro muito bem do olhar atento e risonho, com a máquina fotográfica sempre a postos. Maroquita, uma ótima contadora de causos e de fatos cotidianos, uma companhia deliciosa e amorosa, divertida e acolhedora. Merecida e justa homenagem, ligando Zambotti à fabulosa e pitoresca história de nossa querida cidade de Varginha.

Hélia Maria Resende é bacharela em Administração de Empresas, bancária aposentada e terapeuta holística. 

SÍLVIA PRADO BUTTRÓS

17/03/2022 Parabéns, Marcos Resende! Conheci o Sr. Zambotti, por ser amigo de meu pai, e pela sua arte. Uma bela homenagem! 

Sílvia Prado Buttrós é historiadora e genealogista. Aposentada da Secretaria de Fazenda de MG. 

ARMANDO BAGNI FILHO

17/03/2022 - Tive o privilégio de viver em Varginha a minha juventude e participar da Vida da cidade. Voltar aí após tantos anos através de uma história tão detalhada e escrita com um sentimento tão bonito é motivo de alegria e saudade. 

Armando Bagni Filho é professor aposentado.

18/03/2022Othon Carvalho é engenheiro, amigo muito próximo da família Zambotti Resende.

19/03/2022Hailton Silva é uma lenda viva no meio radiofônico e televisivo brasileiro, uma celebridade nos anos dourados da Rádio Excelsior de São Paulo. Diretor de Programação da Rede Globo em Brasília. 

ROBERTO PELOSO

20/03/2022 - Que texto maravilhoso, riquíssimo, minucioso em detalhes. Me fez voltar no tempo quando era rapazinho e não perdia uma quermesse no Mártir São Sebastião; os leilões de gado, bolos, doces, os foguetes e rojões. Tudo era festa. Me lembro bem dos lacerdinhas, que queimavam quando caiam nos olhos. Para quem não sabe, os lacerdinhas eram pequenos insetos, que voavam entre as árvores no centro de Varginha e, vez ou outra entravam nos olhos. Como ardia! Os bailes nos clubes de Varginha... Modéstia à parte, eu era muito requisitado para dançar com as debutantes. Que bom ler, relembrar e saber que vivi muito estes bons tempos retratados pelo texto esplendoroso do Marcos Resende. Muito obrigado Dr. Eduardo Ottoni, por me enviar.

Roberto Peloso é engenheiro.

GILSEA REIS JORDÃO DAVID

21/03/2022 - Foi um reviver a minha vida de infância, adolescência, e agradecer por ainda poder viver o hoje na minha terra natal. Cheguei às lágrimas, enquanto revivia aqueles momentos, aquelas pessoas que tantas lembranças tenho guardadas na memória do meu coração. "Seu" Zambotti, Dona Maroca, Thereza, Zambottinho e Marlene eram vizinhos nossos... Que dádiva! Tudo o que o Marquinho narra me faz dar graças a Deus por essa convivência de décadas. Texto perfeito. Vou ler, reler e olhar inúmeras fotos tiradas pelo sr. Zambotti, que ainda tenho dessa época que marcou minha vida. Me lembrei de tudo. Foi como um voltar e ver como fui feliz e aproveitei a vida. Marcos Resende é um orgulho para Varginha. Escritor nota 1000.

Gilsea Reis Jordão David é musicista, mãe e avó de uma linda família, pessoa queridíssima com esplêndido elenco de amigos.

MAURÍCIO DELFRARO GISMONTI

23/03/2022 - Prezado Marcos Resende. Voltei ao tempo mágico de nossa querida Varginha, tão bem elucidada pela sua extraordinária capacidade de nos fazer relembrar esses fatos nostálgicos, fotografados pelo saudoso Sr. Zambotti, do qual me lembro muito. Parabéns, sou um sortudo que viveu e reviveu essa mágica que só os melhores sabem. Parabéns, rejuvenesci muito. Nós, varginhenses, ganhamos com a sua chegada. O bom filho à casa torna. Sou um grande admirador de sua pessoa e de seus familiares. Abraço fraterno.

Maurício Delfraro Gismonti é bacharel em Direito.

PAULA CHAVES CINCOETTI

25/03/2022 - Como Varginhense, ao ler e me deliciar com este primoroso e detalhista texto, voltei ao passado. Foi uma viagem maravilhosa.

Paula Chaves Cincoetti é engenheira e advogada.

27/03/2022 - Marcos Hummel, jornalista, anchor man, apresentador, uma das vozes mais bonitas da Televisão brasileira.

SÔNIA MARIA TROLEZZI REIS SOUZA DINIZ

29/03/2022 - Que linda história você conta da nossa tão querida cidade Varginha. Me sinto privilegiada e muito orgulhosa por ter nascido aí. Ninguém que conheço tem recordações de infância e juventude mais lindas e emocionantes do que nós, recordações essas, tão sublimemente reportadas por você. Sou Sonia, uma das duas irmãs citadas no seu lindo e emocionante texto em homenagem ao sr. Agenor Zambotti e à sua família. Quero parabenizá-lo por esse texto em que você nos coloca (a mim e minha irmã Ângela) como Campeoníssimas do Vôlei, em sua arte de nos reportar ao passado com tanta emoção, sutileza, riqueza de detalhes. Expresso nosso grande agradecimento à família Zambotti, por abrir esse valioso baú a você, para que tão brilhantemente escrevesse essa emocionante história.

Sônia Maria Trolezzi Reis Souza Diniz é psicóloga, empresária, aposentou-se pela Caixa Econômica Federal, e, como diz aqui foi dito, campeoníssima de vôlei no VTC nos anos 1970.

12/04/2022 - Dinho Batistão é músico, compositor e professor de História da Música.

FÁBIO FLAUSINO

12/05/2022 - Meu Deus que SUPER MEMÓRIA você tem! Que texto, a colocação de cada palavra! Só tenho a parabenizar. Belas recordações, parabéns, excelente texto!

Fábio Flausino é fotógrafo.

DELVAIR THOMAZELLI

13/05/2022 - Grande Marcos Resende, parabéns pelo excelente trabalho que você realizou na produção do texto sobre a vida do fotógrafo Agenor Zambotti. Texto objetivo, criativo, emotivo e carinhoso com o biografado. A analogia entre a trajetória do Agenor e os anos 60, 70 nas cidades do interior, foi uma grande sacada, afinal, reviver é preciso. Revitalização suave, terna, meiga, muito saborosa de ser lida.

Delvair Thomazelli é Produtor de Dramaturgia e Diretor de Elenco de Televisão.

marcosresendeoed@gmail.com


OUTRAS PUBLICAÇÕES

LIVROS

VARGINHA EM TEMPOS ZAMBOTTIANOS

© 2023 Marcos Resende
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis! Este site foi criado com Webnode. Crie um grátis para você também! Comece agora